Como surgem as úlcera venosas ?
A úlcera venosa é decorrente da Insuficiência Venosa Crônica. Um doença que afeta as veias das pernas.
O sistema venoso dos membros inferiores é composto por veias superficiais e profundas, e existe um sistema chamado perfurante ou comunicante que liga o sistema venoso
profundo ao superficial.
O sangue flui do coração para os membros através das artérias, e retorna em direção ao coração pelas veias. As veias possuem mecanismos para evitar que o sangue reflua e
seja bombeado adequadamente para o coração. Porém por alguns motivos esse sistema pode tornar-se incompetente, entre as principais causas estão: excesso de peso, múltiplas gestações,
fatores genéticos e profissões que obrigam a pessoa a permanecer um longo período de pé. Todas as causas citadas podem contribuir para que as válvulas venosas que controlam
o fluxo sanguíneo sejam danificadas. Com o passar do tempo, o sangue o retorno venoso começa a ficar prejudicado, o que vai contribuir para um aumento da pressão nas veias das pernas.
Esse aumento de pressão acaba provocando o surgimento de sintomas com o edema (inchaço), veias varicosas (veias dilatadas) e a dermatite ocre que é uma pigmentação escura
dos membros.
Existem algumas teorias que propuseram a descrever a formação da ferida a partir dessas alterações citadas, a mais aceita é a Teoria do Fibrinogênio, que descreve o acúmulo de fibrinogênio extravasado na pele devido a dilatação das veias, como o responsável pelo surgimento das feridas de forma espontânea.
Quando não surgem de forma espontânea as feridas também podem surgir devido a um trauma. No primeiro momento esse tipo de ferida é considerada uma ferida traumática, porém com o passar do tempo devido a dificuldade do retorno venoso a ferida não cicatriza e vai aumentando de tamanho, passando a ser considerada uma úlcera venosa.
Diante dessa explicação, fica claro dizer que a úlcera venosa é uma manifestação da Insuficiência Venosa Crônica, portanto para sua cicatrização é fundamental que não se trate só a ferida, e sim a doença.
Para um tratamento efetivo é importante o acompanhamento por equipe especializada para que o diagnóstico seja bem feito e instituído o tratamento cujo pilar principal é a compressão do membro.
Nos próximos posts falarei sobre o tratamento desse tipo de ferida.
Evandro Pereira dos Reis
Médico e Enfermeiro Estomaterapeuta
Diretor da Doutor Feridas.
Mais de 20 anos dedicados a cicatrização.